segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Um mistério chamado Ewá.




O Orixá Ewá é uma bela virgem que Xangô se apaixonou, porém não conseguiu conquistá-la, Ewá fugiu de Xangô e foi acolhida por Obaluaiê que lhe deu refúgio. Ewá mora nas matas inalcançáveis, ligada a Iroko e Oxóssi, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa. Ewá é casta, a senhoradas possibilidades.

As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá, acreditam alguns, só é iniciada na cabeça de mulheres virgens, pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem filha dileta de Oxalá e Oduduwá

Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.

Em África, o rio Yewá é a morada desta deusa, mas a sua origem gera polêmica  Há quem diga que, tal como Oxumaré, Nanã, Omulú e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi assimilada pelos Iorubas e inserida no seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina.

Ewá teria o mesmo significado de Dan ou uma das suas metades – A outra seria Oxumaré. Existem no entanto, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidade de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jeje - No qual o Vodun Eowa, seria o correspondente da Ewá dos Nagô -Confundem Ewá com uma qualidade de Iemanjá, Oyá e Oxum. Ewá é um Orixá independente, mas é conhecida entre os jejes de Eowá e no povo de língua Yorubá por Ewá.

Características dos filhos de Ewá

Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamente por isso. Possuem tendência a duplicidade: Em algumas ocasiões podem ser bastante simpáticas, em outras são extremamente arrogantes; às vezes aparentam ser bem mais velhas ou parecem meninas, ingenuas e puras. Apegadas à riqueza, gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, e acompanham sempre a moda, adoram elogios e galanteios.
São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as pessoas que as cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em lugares menos sofisticados. São vivas e atentas, mas sua atenção está canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a desligar-se do resto das coisas. Isso aponta uma certa distração e dificuldades de concentração, especialmente em atividades escolares.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

O que os astros revelam para seu signo em 2013... "O ano par".







Para o signo de Áries.

Amor: estável.
Dinheiro: regular.
Trabalho: bom.
Saúde: regular.
Com um argumento equilibrado, você tenta colocar mais ordem em seus negócios e suas contas administrativas, para limpar algumas coisas. Você está preparado para limpar as coisas em sua vida. Emoções conturbadas para os nativos de Áries. Os primeiros meses serão complicados para os nativos deste signo. O ano de 2013 será um ano de cobranças para os arianos, aqueles que estão devendo a Deus e ao mundo terão de pagar com juros e correção monetária "a cobrança virá a cavalo". Os arianos que respeitam os outros e vivem uma vida digna terão um 2013 de paz e tranquilidade.

Para o Signo de Touro.

Amor: bom.
Dinheiro: muito bom.
Trabalho: bom.
Saúde: boa. 
2013 irá promover uma maior reconciliação e harmonia no seu entorno. Circunstâncias externas o servirão mais plenamente do que o habitual. Se tiver coragem, atingirá todos os seus objetivos. Temperança durante os primeiros meses de 2013 para não se envolver em situações complicadas. Em 2013 o relacionamento com as pessoas que você já conhece e gosta será muito estimulante e trará ótimas vibrações.  Não deixe as suas frustrações crescerem excessivamente antes de expressá-las.

Para o Signo de Gêmeos.

Amor: ótimo.
Dinheiro: bom.
Trabalho: bom.
Saúde: regular.
2013 será um ano de realizações , conquistas e sensualidade para o signo de Gêmeos. Tudo o que está relacionado com o aspecto jurídico da vida, será favorecido. Meça suas ações em continuidade, para evitar seguir direções erradas.

Para o Signo de Câncer.
Papel de Parede - Signo de Câncer

Amor: bom.
Dinheiro: regular.
Trabalho: bom.
Saúde: boa.
Dificuldades em meados de 2013 para os nativos de câncer, os cancerianos devem usar sua força para superar os obstáculos, mas agindo com fé, serão vitoriosos. Vênus lhes dá mais facilidades de sedução, não exagere.

Para o Signo de Leão.

Amor: muito bom.
Dinheiro: regular.
Trabalho: ruim.
Saúde: fraca.
Momentos bons e maus para os leoninos em 2013. O novo ano astrológico de 2013 terá altos e baixos para os nativos do signo de leão.  É hora de olhar para trás, para a escola, para se especializar, ou para iniciar um projeto. Este ano você pode encontrar apoio neste sentido, de pessoas mais qualificadas do que você.

Para o Signo de Virgem.

Amor: estável.
Dinheiro: bom.
Trabalho: bom.
Saúde: boa. 
Atenção com seu círculo de amigos para que você não se decepcione, perto do fim de 2013 pode ocorrer a morte de alguém  próximo a você. Sua vida ideal está na vanguarda das suas preocupações, este ano.

Para o Signo de Libra.

Amor: ruim.
Dinheiro: ótimo.
Trabalho: bom.
Saúde: boa.
Fortes paixões para Libra em 2013, alguns problemas surgirão ao longo de 2013 mas serão superados. Muita criatividade para os librianos. Mudanças sentimentais, e seus interesses favorecidos em 2013. Será útil para você relativizar o humor que ele cria em você e como você se inclina muito para as preocupações que não ajudam a agir na direção certa.

Para o Signo de Escorpião.

Amor: bom.
Dinheiro: ótimo.
Trabalho: muito bom.
Saúde: ótima. 
Para os nativos de escorpião o ano astrológico de 2013 é um ano favorecerá a intuição. Gente nova e do seu agrado vai surgir em 2013. Não ponha  todos os ovos na mesma cesta. Sua criatividade e dom para as artes estão muito favorecidos em 2013, e isso pode lhe render bons frutos em sua atividade profissional.

Para o Signo de Sagitário.

Amor: bom.
Dinheiro: bom.
Trabalho: regular.
Saúde: boa. 
Um 2013 de fortes emoções para os sagitarianos, segundo a astrologia o ano de 2013 promete ser um ano de conquistas em diferentes áreas para os nativos de sagitário. Seu estilo de vida tem que mudar agora, para ser coerente com as alterações que você criou em você desde a Primavera de 2012.

Para o Signo de Capricórnio.

Amor: estável.
Dinheiro: ótimo.
Trabalho: ótimo.
Saúde: boa. 
O ano de 2013 será um ano de romances para os capricornianos. Em 2013 você terá mais liberdade e controle sobre sua vida material. A presença do planeta Saturno sobre seu signo ajuda você a garantir seu futuro financeiro.

Para o Signo de Aquário.

Amor: muito bom.
Dinheiro: ótimo.
Trabalho: muito bom.
Saúde: ótima.
Para os nativos de aquário um início de ano meio decepcionante, mais de pois de alguns meses novas energias propiciarão um 2013 muito auspicioso. Suas resoluções estão começando a encontrar áreas de aplicações positivas este ano. Apesar das dificuldades inevitáveis ​​diárias, você terá a satisfação de ver seus projetos se realizarem.

Para o Signo de Peixes.
Papel de Parede - Signo de Peixes

Amor: muito bom.
Dinheiro: ótimo.
Trabalho: ótimo.
Saúde: ótima.
O ano de 2013 será um ano de muitas conquistas para os piscianos. Um 2013 de romantismo para os piscianos. Proteção divina e momentos felizes acompanharão os nativos desse signo o ano todo. Um vago sentimento de tristeza, por coisas que os nativos de peixes ainda não encontraram. Você pode duvidar das oportunidades para o futuro, em virtude do trânsito de Plutão, o que reforça uma tendência à introversão, que é precisamente o oposto de seu interesse agora. Expressar-se mais sobre os seus ideais, com aqueles que estão perto de você será muito libertador e benéfico.


Para todos os nativos de cada signo, UM FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO, cheio de bençãos e luz, que Oxalá esteja sempre com vocês e sua vida. 
É um desejo de todos que fazem o Templo Espirita Òrún Àyié d'Odé.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Vamos colocar a nossa cara, nossa Mãe Yêmanjá merece toda a nossa dedicação!!




É o nosso direito. Vamos fazer nossa batucada e mostrar que o povo do axé juntos fazemos a diferença!!! 

Os regentes do ano.



Nos próximos dias estaremos publicando o(s) regente(s) do ano de 2013. E o que está previsto para cada signo, e para o ano.
Estaremos neste dia 05 de dezembro na Rádio Farol FM, a partir do meio dia. Contamos com a sua participação.

Com fé em Oxalá estaremos lá. Muita paz a todos.
Pai Sérgio Tata d'Odé.

Está chegando o dia na nossa Santa Barbara, Nossa Mãe Yansã.


No dia 4 de dezembro homenageamos a Orixá rainha dos raios e tempestades, senhora que controla os espíritos dos mortos e guerreira destemida Yansã. Epahei Oyá!

Yansã, ou Oyá, é um orixá sincretizada com Santa Bárbara, pela igreja católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.

Nas lendas provenientes do candomblé, Yansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.

O nome Yansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Yansã pode ser traduzido como “a mãe do céu rosado” ou a “mãe do entardecer“. Ao contrário do que muitos pensam Yansã não quer dizer “a mãe dos nove“. Xangô a chamava de Yansã, pois, dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.

Oração a Santa Bárbara

Iansã é sincretizada com Santa Bárbara
Santa Bábara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abale a coragem e a bravura. Ficai sempre ao meu lado para que eu possa enfrentar de fronte erguida e de rosto sereno todas as tempestades e as batalhas de minha vida, para que vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra, da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Santa Bárbara, rogai por nós!

Características dos filhos de Yansã

O filho de Yansã é conhecidos por seu temperamento explosivo. Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido. Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar.
São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Yansã em um dado momento de sua vida.

Respondendo a leitora



Gostaria de saber a qual Orixá se dedica o Beija flor? 

Olá querida leitora, o beija flor é dedicado a nossas almas benditas e  a Orixá Oxum, por se tratar de um animal que simboliza a cura, mensageiro do amor romântico, claridade, graça, sorte e suavidade. 

Continue lendo e mandando suas perguntas querida leitora.

Fique na paz de Nosso ai Oxalá.
Pai Sérgio Tata d'Odé.

sábado, 3 de novembro de 2012

Respondendo a mais uma pergunta!!

"Olá Pai Sérgio, desejo saber sobre Yêmanjá e as características de seus filhos. Obrigada!"
Oi querida leitora, não publiquei seu nome, por não saber se ia te agradar. Yêmanjá é um Orixá muito lindo e encantador de falar sobre ela, contudo, vai uma breve histórico sobre a grande deusa do mar.


Yêmanjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo mundo. É ela quem sustenta a humanidade e, por isso, os órgãos que a relacionam com a maternidade, ou seja, a sua vulva e seus seios chorosos, são sagrados.Yêmanjá é o espelho do mundo, que reflete todas as diferenças, pois a mãe é sempre um espelho para o filho, um exemplo de conduta. Ela é a mãe que orienta, que mostra os caminhos, que educa, e sabe, sobre tudo, explorar as potencialidades que estão dentro de cada um, como fez com os guerreiros de Olofin, mostrando o quanto eram bons nos seus ofícios, mas dizendo, ao mesmo tempo, que a guerra maior é a que travamos contra nós mesmos. Yêmanjá faz uso da chantagem afetiva para manter os filhos sempre perto de si. É considerada a mãe da maioria dos Orixás de origem Iorubá. É o tipo de mãe que quer os filhos sempre por perto, que tem uma palavra de carinho, um conselho, um alívio psicológico. Quando os perde é capaz de se desequilibrar completamente.
Ela é a mãe que não faz distinção dos seus filhos, sejam como forem, tenham ou não saído do seu ventre. Quando humildemente criou, com todo amor e carinho, aquele menino cheio de chagas, fez irromper um grande guerreiro. Yêmanjá criou Omolu, o filho e senhor, o rei da terra, o próprio Sol.
São imponentes, majestosos e belos, calmos, sensuais, fecundos, cheios de dignidade e dotados de irresistível fascínio (o canto da sereia). São voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes; têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justos mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Eles têm tendência à vida sumptuosa, mesmo se as possibilidades do quotidiano não lhes permitem um tal fausto.



As filhas de Yêmanjá são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros. Não perdoam facilmente, quando ofendidas. São possessivas e muito ciumentas.
São pessoas muito voluntariosas e que tomam os problemas dos outros como se fossem seus. São pessoas fortes, rigorosas e decididas. Gostam de viver em ambientes confortáveis com certo luxo e requinte. Põe à prova as suas amizades, que tratam com um carinho maternal, mas são incapazes de guardar um segredo, por isso não merecem total confiança. Elas costumam exagerar nas suas verdades (para não dizer que mentem) e fazem uso de chantagens emocionais e afetivas. São pessoas que dão grande importância aos seus filhos, mantêm com eles os conceitos de respeito e hierarquia sempre muito claros.


Esperamos tê-la respondido querida leitora!! Nos envie outra mensagem dizendo sua opinião sobre o post de resposta. 

Muito obrigado, Pai Sérgio Tatá d'Odé.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Respondendo a pergunta...



"Olá Pai Sérgio, como o senhor ver o ato de fazer o Bory, é fundamental na vida de um médium?"

Oi,
leitor do blog, diria a você que o Bori serve para suprir a força vital do ser. Tem tempo determinado pelo o Orixá para acontecer. Nenhum Orixá irá atuar aonde não tem sintonia alguma. É fundamental sim, para todo médium, pois com o Orixá é assim, - quem não veio para servir, não serve para viver. 
Axé para você caro leitor.

Continuem nos enviando as perguntas, pois logo que podermos reponderemos a todas as perguntas.

Das religiões afro-brasileiras nasce um mundo, uma herança.

É uma herança escravista a maior parte dos cheiros e gostos maravilhosamente agradáveis das comidas de Santo. A religião dos povos africanos começou a se reestruturar no Brasil desde o início do século XVII, quando foi fundada a Casa das Minas, no Maranhão, por escravos Jêjê e Mina, porém o culto dos seus antepassados sempre foi cercado de grande mistério, e seus costumes não se divulgam fora do ambiente da religião. No começo do século XIX nasceu, na capital do Bahia, o primeiro terreiro de Candomblé Nagô, o do Engenho Velho, lá estavam as iguarias requintadas dos Orixás, lá foram servidas as comidas gostosas que nadavam no dendê e cujo aroma corria longe pelas ladeiras baianas. Foi a partir daí que a oferendas aos deuses africanos começaram a se tornar famosas. 
Nos dias de hoje, existem em todo Brasil Candomblés de nações variadas que cultuam os Orixás, voduns e inquices. Em alguns terreiros há o culto mágico religioso ao catimbó, Jurema sagrada(Índios), transformando-os assim em Candomblés de Caboclo, ao aceitar a incorporação dos espíritos de índios brasileiros, aos quais também se usa dar alimento.
Nos Candomblés de caboclo, os doces comuns substituíram as antigas comidas africanas dos santinhos chamados Êrês. 
O rito misturado a religião africana o Catimbó, os espíritos que baixam nas mesas de Catimbó vivem em reinos encantados, como o Canindé e o Tigre, são índios, caçadores, e feiticeiros poderosos. Odé é o rei dos caçadores na nação catimbó, porém é muito comum que os espíritos dessa nação sejam ligados ao povo de terra, o mais conhecido entre todos é o tão querido Zé Pelintra.
Quando na Umbanda, criada a mais de um século no Rio de Janeiro, herdou todas essas tradições e crenças, ao sincretizar a religião africana com cultos ameríndios e com o catolicismo e o ocultismo vindos de muito distante. Nela é muito forte a prática de dar alimentos aos Orixás e as entidades espirituais nas quais incluem os caboclos, os tão queridos Pretos Velhos, os Exús, as Pombagiras e os povos ciganos. 

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Joca Perpignan - Odé Comorodé

Respondendo a pergunta do leitor!!



Nos foi enviada esta pergunta: "quanto tempo pode durar uma pessoa para encorporar depois de ter feito um ori e o seu Orixá ter respondido?" 

A resposta  é que não depende do filho de Santo e sim do Orixá, o tempo dele é ele que dá. Às vezes também o filho de Santo não é um médium receptivo, e muitas vezes ele só recebe vibrações dada pelo Santo, por isso o filho feito consegue abrir cartas, ler búzios etc., sendo um médium receptivo de pensamentos vibracionais. E ainda tem o médium que ver, ouve etc. 
Respondido ao seu questionamento, não deixe ler e ver nosso blog. E qualquer pergunta é só nos enviar que responderemos assim que possível.

Atenciosamente, Pai Sérgio Tatá d'Odé. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Salve Ibeji, salve Êrê... 27 de Setembro Salve Cosme e Damião.

Hoje é dia de São Cosme e de São Damião e Doum para começarmos bem nosso post vamos orar e pedir bençãos a eles:
"Cosme e Damião, luzeiros espíritos da corte de Oxalá, amados benfeitores, queridos guias, nós vos imploramos a vossa proteção, força, saúde e resignação para que possamos cumprir com os desígnios de Pai. Dai-nos sempre os fluidos de paz, amor alegria e felicidade que vos são peculiares. Curai nossos males, fortalecendo nossos corpos materiais, proporcionando aos nossos espíritos as satisfações que lhes sejam agradáveis. Protegei-nos e a nossos familiares; protegei também, todas as criancinhas, para que tenham, a cada dia, uma vida melhor, sob o prisma material. Que vossos fluidos sacrossan-tos, recaiam sobre nossas cabeças, é o pedido que humildemente vos fazemos.Saravá Cosme e Damião! Saravá toda Ibejada !
Que assim seja!"
 
Vamos agora falar um pouco sobre eles.

Linha das Crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda é de todas a mais misteriosa.
Esses espíritos infantis nos surpreendem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.
O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos atormentados por profundos desequilíbrios no espírito ou na vida material.
Quem forneceu o arquétipo foram os seres que denominamos “encantados da natureza”.
Não foi baseado em espíritos de crianças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada e sim, nas crianças encantadas da natureza amparadas pelos orixás, que os acolhem em seus vastos reinos na natureza em seu lado espiritual e os amparam até que cresçam e alcancem um novo estágio evolutivo, já como espíritos naturais.
Os espíritos que se manifestam na linha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus benzimentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simplicidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brinquedos bem caracterizadores do seu arquétipo. Ele é tão forte que adultos encarnados sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incorporam suas “crianças” ou Eres.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.
Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-existente.
O arquétipo “Caboclo” fundamentou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço.
O arquétipo “Preto-Velho” fundamentou-se no Preto já ancião, rezador, mandingueiro e curador.
O arquétipo “Criança” fundamentou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil.
E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas por espíritos nesse estagio evolutivo, conhecido no lado oculto da vida como “estágio encantado”. Nessas dimensões da vida vivem eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, consciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natural, pois eles não serão enviados à dimensão humana para encarnarem.
A elas compete supri-los com o indispensável para que não entrem em depressão e caiam no autismo ou regressão emocional, muito comum nessas dimensões.
Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os “contos de fadas” do imaginário popular foi capaz de descrever ou criar.
Cada reino tem uma Senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manutenção do equilíbrio para que os milhares de espíritos infantis sob suas guardas não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser conduzidos ao estágio evolutivo posterior. O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as Mães Orixás, sustentando-o, e também estão os Pais Orixás, guardando-o e zelando pela integridade desses espíritos infantis.
A literatura existente sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa autoria que abordam o estágio encantado da evolução dos espíritos.
Mas que ninguém duvide da sua existência, porque ele realmente existe e não seriam “crianças” humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam de magia ou de orixás que iriam realizar os prodígios que os “Erês” realizam em benefício dos frequentadores das suas sessões de
trabalhos ou com as forças da natureza quando são oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos.
Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na “primeira idade”.

Observação: Logo mais postaremos, se nos for permitido, as fotos da festa de Cosme e Damião e Doum.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá. Fundamentada no texto de Pai Rubens Saraceni.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Banho de descarrego.

"Olá meu povo do blog, gostaria de saber para que serve banho de descarrego?"


Como o próprio nome do banho diz se trata mesmo de um descarrego de alguma energia negativa que esteja encostando ou já encostada numa pessoa. 
Neste modo de banho, conhecido também como banho de descarga ou desimpregnação energética é o mais comum e mais conhecido. Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas não boas. Conforme vivemos, vamos passando por vários ambientes, trocamos impressões com todo o tipo de indivíduo e como estamos num planeta atrasado em evolução espiritual, a predominância do mal e de energias negativas são abundantes. Todo este egrégora formado por pensamentos, ações, vão criando larvas astrais, miasmas e toda a sorte de vírus espirituais que vão se aderindo a aura das pessoas. Por mais que nos vigiemos, ora ou outra caímos com o nosso nível vibratório e imediatamente estamos entrando neste egrégora. Se não nos cuidarmos, vamos adquirindo doenças, distúrbios e podemos até sermos obsediados. 
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Deixando um pouco de história  sobre o uso dos Banhos.

O banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente. Os antigos hebreus já usavam as abluções, que não deixavam de ser banhos sagrados. Moisés, o grande legislador hebreu, impôs o uso do banho em seus seguidores. O batismo nas águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado, pois o batismo nas águas senão o banho mais natural (e porque não o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, afinal, se batizam crianças ainda pequenos) que conhecemos, purificador do espírito, mente e do corpo.
Os banhos sempre foram um potente integrante do sentimento religioso, haja vista os povos da Índia milenar serem levados a banhar-se nas águas do rio sagrado, o Ganges, cumprindo assim parte de um ritual que, para eles, é indispensável e sagrado.

Há em toda a época antiga um Rio Sagrado, no qual os povos iam se banhar para purificar-se física ou mentalmente. Na África, a água é tida como de grande poder de força e de magia. Vemos até hoje nos candomblés as Águas de Oxalá. Águas nos potes e tigelas, além de mirongas com água e axé. E quem nunca viu ou ouviu falar em lavar com água-de-cheiro as ESCADARIAS DO SENHOR DO BONFIM, em Salvador na Bahia ?
Para nossos índios, hoje os Caboclos da Umbanda, o banho de Rio era alegria, prazer, lazer, satisfação e descarga. O rio Paraíba é um rio sagrado para os Tupinambás. Nele os índios faziam (ou fazem) seus rituais secretos.
A Utilização dos Banhos em qualquer época, nos Centros e Terreiros de Umbanda, os banhos tem sido de grande importância na fase de iniciação espiritual; por isso, torna-se necessário um grande conhecimento do uso das ervas, raízes, cascas, frutos e plantas naturais.
E como já sabemos, os banhos de ervas devem ser preparados por pessoas especializadas dentro dos terreiros ou por você mesmo. Se forem preparados por outra pessoa, que ela esteja com o seu corpo físico e seu corpo astral purificados, pelo menos pelo banho de uma erva, e livres de excitações sexuais; nem por mulheres na fase de menstruação (corpo liberto). A orientação e o uso das ervas são atribuições dos GUIAS ESPIRITUAIS, das ENTIDADES e dos ORIXÁS, através dos Chefes de Terreiros.

Esperamos que tenhamos ajudados a solucionar suas duvidas sobre o banho de descarrego.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

Mês de Agosto.

Uma pergunta que nos chegou foi esta: "porque o mês de Agosto é considerado o mês do desgosto e uns falam que é o mês que o diabo está solto, isto é verdade? me explique por favor Pai Sérgio d'Odé, muito obrigado desde já".

Este mês é popularmente conhecido como o mês do desgosto, época em que Diabo fica solto na Terra é o que se fala a história.
O mês de agosto é popularmente conhecido como o mês do desgosto. É difícil afirmar qual a origem exata desta crendice. Sabemos que foram os romanos que deram este nome ao oitavo mês do ano, em homenagem ao imperador Augusto. Os próprios romanos naquela época, já acreditavam no mau agouro deste mês, período em que uma criatura horripilante cruzava os céus de Roma expelindo fogo pelas ventas.
É no mês de agosto especificamente no dia 24 que se comemora o martírio do apóstolo São Bartolomeu (Natanael). As conversões ao cristianismo que ele promoveu na Armênia, provocaram a inveja dos sacerdotes locais, fato que motivou sua execução; primeiro lhe tiraram a pele e depois o decapitaram. (em 24 de agosto de 51 d.C).

São Bartolomeu sem a pele.

Esta data também ficou gravada na História, quando em 24 de agosto de 1572, por ordem de Catarina de Médici, ocorreu o massacre da noite de São Bartolomeu. Esta matança praticamente dizimou os huguenotes.
Quadro que retraa o masacre da noite de São Bartolomeu.

Já deu para perceber que o dia 24 de agosto é associado ao mal, não por tanto, que esta data é considerada o “dia do Diabo”: Quando Jesus prometeu dar a Pedro as chaves que ligava e desligava as coisas do céu (Mateus 16:19) e logo em seguida chama Pedro de Satanás - “Jesus disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás!” (Mateus 16:23). Assim como prometido, Pedro passou a ter as chaves do céu e do inferno. E segundo a lenda é justamente em agosto que o inferno é aberto por ele e no dia 24 o próprio Diabo é libertado. (de onde originou-se expressão “o Diabo está solto). Ficando para São Bartolomeu, colocar o Diabo novamente no Inferno.

 
São Bartolomeu com o Diabo aos seus pés - Detalhe do Diabo
Apesar do dia da sogra ser comemorado em 28 de abril, a cultura popular nordestina prefere homenagear a sogra no dia em que o Diabo se solta do Inferno, 24 de agosto.
Não se deve casar em agosto, é o que as mulheres portuguesas tinham como tradição. Crença que chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses já transformada em ditado popular :"Casar em agosto traz desgosto' .
A única data nefasta que poderia ser comparada ao “dia do Diabo” segundo os supersticiosos, seria uma Sexta-feira 13,em agosto, noite em que as bruxas se associam a magia-negra e a demônios.
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Um pouco mais de história para se entender bem este mês tão temido.

Bartolomeu também chamado Natanael foi um dos doze primeiros apóstolos de Jesus. É assim descrito nos Evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas e, também, nos Atos dos apóstolos. Bartolomeu nasceu em Caná, na Galiléia, uma pequena aldeia a catorze quilômetros de Nazaré. Era filho do agricultor Tholmai. No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico a palavra "bar" que dizer "filho" e "tholmai" significa "agricultor". Por isto os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael se trata de uma só pessoa.
Seu melhor amigo era Felipe e ambos eram viajantes. Foi o apóstolo Felipe que o apresentou ao Messias. Até este seu primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e às vezes irônico com relação às coisas de Deus. Porém, depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. Mas a melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: "Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento" Jo 1,47. 
Ele teve o privilégio de estar ao lado de Jesus durante quase toda Sua missão na terra. Compartilhou do Seu cotidiano, presenciou Seus milagres, ouviu Seus ensinamentos, viu Cristo ressuscitado nas margens do lago de Tiberíades e, finalmente, assistiu Sua ascensão ao céu. Depois de Pentecostes, Bartolomeu foi pregar a Boa Nova. Encerradas estas narrativas dos Evangelhos históricos entram as narrativas dos apócrifos, isto é: das antigas tradições. A mais conhecida é da Armênia, que conta que Bartolomeu foi evangelizar as regiões da Índia, Armênia Menor, e Mesopotâmia. Superou dificuldades incríveis, de idioma e cultura, e converteu muitas pessoas e várias cidades à fé do Cristo, pregando segundo o Evangelho de São Mateus. Foi na Armênia, depois de converter o rei Polímio, a esposa e mais doze cidades, que ele teria sofrido o martírio motivado pela inveja dos sacerdotes pagãos.
Estes insuflaram Astiages, irmão do rei e conseguiram uma ordem para matar o apóstolo. Bartolomeu foi esfolado vivo e, como não morreu, foi decapitado. Era o dia 24 de agosto de 51. A Igreja comemora São Bartolomeu Apóstolo, no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Cristo.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

São Pedro pode ser também cultuado como Xangô?







As práticas em uma Casa de Axé diferenciam muito uma das outras, umas mostram ligação muito mais forte com o espiritismo e outras já seguem mais uma linha mais mista com tendencias voltadas para o Candomblé. Mas, de uma coisa somos iguais, entoamos, louvamos, batemos o atabaque e e bailamos para nossos Orixás, Caboclos, Pombagiras, Exús, Indios e Êrês... Alguns cultuam ciganos e outros não. Então esse modo de seguimento vai depender muito de cada Casa de Axé. São João Batista é o mais cultuado, porém em outros Terreiros São Pedro faz a festa como Xangô no sincretismo religioso. Então, respondendo a pergunta em que nos foi enviada por um leitor, pergunta muito importante e pertinente. Pode ser cultuado sim, Xangô como São Pedro.


Continuem mandando perguntas para nós que iremos responder cada uma.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

domingo, 24 de junho de 2012

Rei Xangô, é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa.



Xangô e seu Reino de Kossô: (Xangô Obá Kossô).

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era preto à direita e branco à esquerda. Homem valente à direita e à esquerda. Homem valente em casa e na guerra. Oranian fundou o Reino de Oyó, na terra dos Nagôs-Yorubás. Durante suas guerras, ele sempre passava por Empê, território Tapá, cujo rei fez uma aliança com Oranian e lhe deu a filha em casamento. Desta união nasceu Xangô.

Na sua infância em Tapá, Xangô só pensava em encrenca. Encolerizava-se facilmente, era impaciente, adorava dar ordens e não tolerava nenhuma reclamação. Só gostava de brincadeiras de guerra e de briga. Já crescido, seu caráter valente o levou a partir em busca de aventuras gloriosas.

O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, despertou o temor do povo, que desejou mandá-lo embora, dada a sua aparência de guerreiro brutal, petulante e desordeiro. Mas Xangô os ameaçou com seu oxé. Sua respiração virou fogo e ele destruiu algumas casas com suas pedras de raio.
Então, todos de Kossô vieram pedir-lhe clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô! (significado: Vamos todos ver e saudar Xangô, Rei de Kossô!"). E assim Xangô tornou-se rei de Kossô, passando a fazer de tudo pela comunidade, com alma e dignidade.

Mas Xangô se cansou daquela vida calma e partiu novamente. Chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum, o terrível guerreiro e poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, Senhora dos ventos e das tempestades, que toda manhã acompanhava e ajudava o marido, carregando suas ferramentas para a forja.
Xangô gostava de sentar-se ao lado da forja para ver Ogum trabalhar. Vez por outra, Xangô olhava para Iansã que, furtivamente, também o espiava. Xangô era vaidoso e elegante. Impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã fugiu com ele e tornou-se sua primeira mulher.
Xangô volta para Kossô, por pouco tempo. Depois segue com seus súditos para Oyó, o reino fundado por seu pai. Lá encontrou o trono ocupado pelo irmão mais velho, chamado Dadá-Ajaká, um rei pacífico, que amava a beleza e as artes.
Xangô instalou-se em Oyó, em um novo bairro que chamou de Kossô, assim conservando seu título de Obá Kossô (Rei de Kossô). Xangô guerreava para seu irmão e expandiu o reino de Oyó para os quatros cantos do mundo. Xangô então destronou Dadá-Ajaká e se fez rei, sendo assim saudado: “Kabiyesi Xangô Alafin Oyó Alayeluwa!” – que significa: Viva o Rei Xangô, dono do palácio de Oyó e senhor do mundo.
Xangô construiu um palácio com cem colunas de bronze. Tinha um exército de cem mil cavaleiros. Vivia entre seus filhos e suas esposas: Iansã, sua primeira mulher, bonita e ciumenta; Oxum, sua segunda mulher, coquete e dengosa; e Obá, sua terceira mulher, robusta e trabalhadora.
Sete anos mais tarde veio o fim do seu reino: Xangô, acompanhado de Iansã, subiu a colina de Igbeti, cuja vista dominava seu palácio. Ele queria experimentar uma nova fórmula que inventara para lançar raios. Mas a fórmula era tão boa que destruiu todo o seu palácio! Adeus mulheres, crianças, servos, riquezas, cavalos, bois e carneiros! Tudo havia sido fulminado, espalhado e reduzido a cinzas...
Xangô, desesperado, e seguido apenas por Iansã, voltou para Tapá. Mas chegando a Kossô, seu coração não suportou tanta tristeza, pela destruição de seu reino. Xangô então bateu violentamente com os pés no chão e afundou dentro da terra. Oxum e Obá se transformaram em rios. E todos se tornaram Orixás; sendo Xangô o Orixá do trovão.
E aqui se vê o ciclo da movimentação de Xangô pela Criação, pelos sete Sentidos da Vida (pois sete anos durou seu reinado) e sua atuação onde haja uma necessidade de justiça, de equilíbrio e de uma organização que beneficie a todos. E Xangô “viaja com os ares de Iansã”, sua primeira mulher; depois “encontra seu amor em Oxum”; então “recebe a força do trabalho dedicado e concentrado de Obá”; e finalmente “volta aos ares de Iansã para espalhar seu fogo e seus raios”, tornando-se um Orixá, ao mesmo tempo em que suas mulheres. Isso mostra, outra vez, o trabalho conjunto e simultâneo das Divindades de Deus em favor da nossa evolução.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

domingo, 10 de junho de 2012

Mês de Junho um lindo mês dedicado ao nosso rei Xangô.


A fogueira faz parte da festa em celebração a este orixá. São duas as fases em que esta cerimônia é realizada. A primeira, onde é acesa a fogueira na parte externa do barracão, onde são entoados os cânticos a este orixá, invocando-o.
A segunda fase ocorre no barracão, onde acontece o Xirê aos orixás. O Alabê entoa os cânticos que estabelecerão a relação entre os homens e as divindades. O ápice dessa cerimônia acontece na hora de entoar os cânticos ao deus do fogo. O alujá, ritmo preferido de Xangô, impera.
Nas rezas, que são cantadas por todos, é saudado, no mínimo, doze qualidades de Xangô, tais como: Airanã (personificação do fogo), Aganju, Alafin, Ajaká, Ayrá Igbonan (dono da fogueira), Barú, Agodô, Obá Lubê, Oraniã (pai de Xangô), Obá Alufan, Obá Oranfé, Obain (jovem), dentre outros.
A cerimônia da fogueira de Xangô só acontece no Brasil, no mês de junho, que é dedicado a Xangô. Os sacerdotes trazidos da África, aqui escravizados, realizavam esta cerimônia em louvor a Xangô, pedindo-lhe justiça e proteção. Nos dias atuais, são poucos os terreiros que realizam esta cerimônia, por falta de fundamento por parte dos sacerdotes, ou por desinteresse.

O Ajerê
Ajerê é uma panela de barro, geralmente composta de diversos furos, que contém o Acará (mechas de algodão embebidas no dendê), que em chamas lembram o fogo de Xangô. Esta panela é utilizada no decorrer das celebrações de Xangô. Onde o iniciado em Xangô, quando virado no orixá (incorporado), carrega o Ajerê na cabeça e engole o Acará (fogo).

O Machado
O Oxé é um dos principais símbolos de Xangô, ele representa o raio, a vida, a reprodução, as duas faces da justiça ( uma que condena e outra que absolve). O Oxé é o antissímbolo da morte, pois Xangô só gosta de tudo que é quente e vivo.

A Pedra de raio
Credita-se que edun-ara venha dos céus, juntamente com os raios. Este tipo específico de pedra, encontrado em locais atingidos por raios, é o Otá de Xangô, que é usado em seu assentamento. Edun-ara, em seu formato, lembra uma machadinha de pedra, com o Fo quebrado em toda a sua borda.

O Pilão
Egundo os mitos, Xangô, por ser um homem muito forte, sentava-se sobre o pilão... Este é posto com a base para cima e sobre ele é colocado uma gamela de madeira ou de barro, repleta de Edun-ara. Acredita-se que somente o pilão é capaz de resistir a força e a energia que possui Edun-ara. O pilão de uso doméstico costuma ter sua posição invertida nos dias de tempestade, em homenagem a Xangô.

O Xere
Espécie de cabaça usada como chocalho, é comprida, e repleta de preparos mágicos. Quando agitada produz um som característico que evoca Xangô, seja na festa, na iniciação ou nas oferendas. Quando não esta sendo utilizado, é colocado junto aos Oxés de Xangô.

Um pouco mais sobre nosso Pai Xangô.

Dia: Quarta-Feira
Domínio: Fogo , raios, rochas
Culinária: Amalá (Quiabos com camarão)
Aves: Galo branco (ou mesclado) Angolista
Quatro patas: Carneiro 
Pombos: mesclados ou marrons
Animal sagrado: Cágado e o Leopardo
Cores: Vermelho e branco, branco, marrom
Frutas: Banana, pêssego e ameixa branca
ferramentas: Oxé, balança, livro e pilão
Parte do corpo: Peito 
Colar: Vermelho e branco (meio por meio)
Função: Enredos com Justiça e demandas
Rege: Os Advogados, Professores e escritores
Local de oferendas: Pedreira 
Sincretismo: São João, São Jeronimo e São Miguel (no batuque)
Folhas: Manjerona, manjericão, gervão...
Peixe: Pintado
Quizila: Morte
Saudação: Kawò Kabiyèsilé!

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Quando a mediunidade aflora, ninguém foge a luta.






Começamos nosso post, parafraseando Zibia Gasparetto,"Somos médiuns, sim, somos aqueles que ficamos entre o mundo carnal e o mundo espiritual, então somos aqueles que mediamos a palavra do Pai maior e de todos desencarnados que nos trazem mensagens de amor e positivismo...".
A mediunidade é um dom ou faculdade que a criatura possui para comunicar-se com o mundo dos espíritos. Através da mediunidade entramos em relação com os nossos guias protetores, parentes mortos e pessoas falecidas, etc.

* Ela pode ser de vários tipos:


a) Incorporação: o médium vai se desenvolvendo, deixando-se envolver pelo espírito até que se dá a incorporação, isto é, o guia parece tomar o lugar do médium e por ele fala, ouve e atua.
b) Vidência: o médium tem a capacidade de enxergar os espíritos.
c) Audição: o médium tem a capacidade de ouvir os espíritos.
d) Psicografia: o espírito manda mensagens escritas pela mão do médium.
e) Materialização: o médium fornece um fluído nervoso invisível, do qual os espíritos se utilizam para materializar-se e aparecer.
f) Efeitos Físicos: Psicocinésia ou Fiptologia: na qual os espíritos provocam fenômenos físicos, tais como ruídos, pancadas nas mesas, paredes, levantam as mesas, arremessam objetos, etc.
g) Intuição: o médium tem avisos de fatos que ainda estão para acontecer através de sonhos ou até mesmo acordados.


* Tipos de transe mediúnicos:


a) Consciente: médiuns que sabem o que está ocorrendo no momento em que a entidade atua. Geralmente este tipo de transe acontece quando a pessoa está se desenvolvendo, razão de muitos não creem estar recendo comunicação com as entidades.
b) Semi-consciente: tipo de transe mais comum entre os médiuns, onde parte da consciência é perdida. Ora escuta, ora não, ora enxerga, ora não.
c) Inconsciente: em que não se tem conhecimento do que acontece no momento do transe. Tipo de transe muito raro entre os médiuns. De mil médiuns um é totalmente inconsciente.
A mediunidade não é um prêmio que Deus dá a determinadas pessoas, mas um meio pela qual possam trabalhar em benefício de irmãos sofredores, problemáticos, ou portadores de mal psicológicos e, em consequência, de si mesmos.
É mais um castigo que uma recompensa.
Sua prática é ainda penosa, obrigatória e com imensos sacrifícios, em que o médium, já Babalaô ou não, esquece-se e vive para os outros. Daí não haver razão para que se julgue superior, envaidecendo-se de sua faculdade.
A mediunidade é para servir e não para ser servida. Quem dela faz instrumento para satisfação de seus interesses pessoais, sofrer-lhe-á as consequências futuras. Por isso o médium deve buscar seu aperfeiçoamento moral e o aprimoramento de sua cultura, para oferecer aos guias e protetores condições e ambiente em que possam trabalhar em prol do irmão aflito, eis que ambos necessitam de evolução. Tanto médiuns como espíritos-guias se irmanam na busca de ascensão espiritual, que lhes dê uma existência feliz no futuro.

Alguns mandamentos...



1) Não ter no coração os sentimentos de superioridade, nem desejos de comparações desnecessárias.
2) Ter como primordial a vontade de alcançar o prometido em esferas superiores e demonstrar aos seus semelhantes.
3) Que os olhos da observação sejam o complemento de seus ideais mediúnicos: a curiosidade desnecessária atrai longo tempo perdido.
4) Não fazer justiça segundo seus interesses menores, a verdadeira sabedoria é estar vigilante consigo mesmo.
5) Não ser um ditador de normas e condutas, mas sim um orientador através de exemplos dados, através de suas atitudes.
6) Ter confiança nas entidades que o cercam, nem sempre se enxerga as verdades com os olhos da matéria. Está escrito: o que se colhe é o que se plantou.
7) Não acumular trabalhos desnecessários, nem se sobrecarregar com conversações fúteis. Guardar o tempo, pois a serenidade tem que ser o principal exemplo, e esse só é demonstrado com o equilíbrio.Para sermos um bom médium, primeiro não devemos nos envaidecer dessa faculdade, visto não ser um premio, e sim um meio para trabalhar em beneficio de irmãos sofredores, problemáticos ou portadores de mal psicológicos.
A mediunidade é para servir e não ser servida.
· Temos que ser irmãos verdadeiramente;
· Nos preocuparmos com as pessoas que se encontram na nossa assistência;
· Ter nossas obrigações sempre em dia;
· Zelar por tudo que diz respeito aos nossos Orixás; E o mais importante ter AMOR à religião!
É necessário que o médium encare o seu trabalho mediúnico como uma missão, estudando, se preparando, sintonizando seu coração e sua mente com espíritos elevados e amigos, e ai poderá cumprir satisfatoriamente a missão que lhe foi confiada.
O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível.
Para termos uma boa incorporação, precisamos de alguns preparos antes e durante nossos trabalhos como:
- Tomar os banhos necessários;
- Fazer sempre firmezas para os guias;
- Se preparar para uma boa concentração;
- Buscar uma boa irradiação;
- Manter uma boa vibração;
- Nunca passar à frente dos guias.

Egoísmo, petulância e arrogância não leva ninguém a lugar algum. O sentimento de pedância é um sentimento mesquinho que nada tem a ver com o que pregamos em nossa religião. Em nossa Casa de Axé, nós não aceitamos médiuns que se acham a última bolacha do pacote, vestindo um axó mais bonito que o outro, fazendo guia maior e mais bonita que até a do próprio Pai ou Mãe de Santo, atitudes como essas não são permitidas em nossa religião e muito menos na nossa Casa de Axé. O próprio Oxalá veio ao mundo e se vestiu o mais humilde possível, ás vezes com o pé no chão ou calçado numa xôbôi, é como bem diz a música do mundo, "...Ele foi o rei, mas foi HUMILDE o tempo inteiro, Ele foi filho de carpinteiro e nasceu numa manjedoura...". Pensem bem irmãos de fé, a HUMILDADE, levará você a mundos extraordinários, mundos que só existe dentro de você, e seja feliz!!

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá. 

O Kasuá explica o que é ser Umbandista.


Ser umbandista é ser resignado.
Ser umbandista é alterar um conceito e um modo de vida.
Ser umbandista é evitar os costumes e as atitudes que nos afastam da presença de Deus.
Ser umbandista é ter dedicação total, é ter aprimoramento contínuo e vigilância duradoura contra as atitudes que nos afastam do bem.
Ser umbandista é ter como meta a caridade, a bondade, a verdade e o amor divino.
Ser umbandista é ter vontade, ter perseverança para dissipar as controvérsias e dificuldades que tanto nos afastam do caminho justo e luminoso.
Enfim, ser umbandista é ser aplicador das leis de Deus e como Ele, será - sem dúvida - apedrejado por injustiças, por ignorâncias ou por maledicências, mas, como recompensa, terá a paz e o verdadeiro significado do sentimento de amor e caridade.

Dentre todos esses preceitos existe o maior que é ser HUMILDE. 

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O dia de Preto Velho no Candomblé.

 

A nossas Almas Benditas... Nossos amados Pretos Velhos.

Durante o período da escravidão muitos milhares de crianças, mulheres e homens foram comprados em mercados de escravos africanos e trazidos para o Brasil. Aqui trabalharam duramente construindo a nova nação. Sofreram todo tipo de maus-tratos e humilhações quando ensaiavam qualquer forma de revolta contra a condição escrava, ou porque seus donos consideravam natural tratá-los assim. E, apesar de tudo, ainda tiveram forças para reconstruir sua cultura e sua religião na nova terra contra toda a oposição que encontraram. O tempo passou, a escravidão terminou e, pouco a pouco, as religiões de origem africana puderam crescer.
No início do século XX, nasceu a Umbanda e, nela, os espíritos dos antigos escravos começaram a se mostrar em toda a sua realidade de almas bem-aventuradas, espíritos cheios de luz. Temperando sua grande sabedoria com imensa bondade de seu coração os chamados Pretos-Velhos e Pretas-Velhas se aproximaram de nós, seus fiéis, para, através de seus conselhos, resolver as nossas dúvidas, iluminar os nossos caminhos e curar os nossos males.
Os Pretos-Velhos moram no reino de Aruanda, do outro lado do oceano, para onde retornaram em espírito, e toda a sua ancestralidade familiar. Quando escutam os cântigos nos terreiros, vêm de lá visitar seus “netos” que vivem no lado de cá. Estes espíritos de luz (eguns), ao se manifestarem entre nós, nos dão uma grande lição: o valor do indivíduo deve ser apreciado por seus atos, e não por sua aparência. Assim é que esses grandes guias não são reis e nem mestres, mas pais, tios, tias, vôvos e vovós.
Os Pretos-Velhos se vestem com simplicidade, usam branco e preto; relembram seus tempos antigos no gosto pelo cachimbo, bom café sem açúcar, o fumo mascado. Um rosário e uma bengala costumam ser seus acessórios preferidos. Como fazem parte das Almas bem aventuradas, sua saudação é: Adorei as Almas!
A festa do dos Pretos-Velhos é realizada no dia 13 de maio, data da assinatura da lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
A linhados Pretos-Velhos também é chamada Linha das Almas, Iorimá ou linha Africana. Seu chefe supremo é São Cipriano. É constituída de grande grau de desenvolvimento, conhecedores de todos os segredos da magia, e que empregam seu saber na prática da caridade. São conselheiros, protetores e curadores. A linha é dividida em sete Legiões:
Legião do povo d Angola, chefiada poe pai José
Legião do povo de Bengala, chefiada por pai Benguela
Legião do povo da Costa chefiada por Pai cambinda
Legião do povo do Congo chefiada por Rei do Congo
Legião do povo de Guiné chefiada por Zum Guiné
Legião do ovo de Luanda chefiada por pai Francisco
Legião do povo de Moçambique chefiada por pai Jerônimo
O que mais me chamava a atenção nos Pretos-Velhos era a disponibilidade de nos atender, o carinho, atenção, a maletinha com fitinhas, terços, patuás, pemba, mandingas, peninhas, etc. Lembro de uma rezadeira que minha mãe me levou quando era pequeno e tinha cobrelo, aquela ferida que nunca fechava bem na barriga e outra no joelho, que vergonha que medava, era horrível aquela ferida, pois com 3 rezas fiquei curado, foi secando, secando e secou! Era uma Preta-velha do Congo, se não me engano, resmungava baixo, os olhos quase não abriam, e me sinto agradecido até hoje.

A nossa Casa de Axé é chefiada pelo Preto Velho Pai João de Minas, meu Preto Velho maravilhoso que nunca deixa nos ajudar nas horas de mais aperreios e angustias. Salve Pai João de Minas, meu Preto Velho amado!!!

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.
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Salúba Nanã, salúba!!

A Deusa mais velha entre todos os Orixás. Sua atitude costuma ser severa, mas é determinada naquilo que se propõe a fazer. Também costuma agir sempre com rigor na hora de tomar decisões. Este Orixá oferece segurança e jamais aceita uma traição. Conforme a tradição afro-brasileira, Nanã além de ser a mais antiga das divindades, foi também a primeira esposa de Oxalá. A mais velha deusa da água está associada às pessoas idosas, à maternidade e seu elemento principal é a lama, o lodo dos rios e dos mares. Como possui um temperamento rígido e não tolera desobediência, é capaz de castigar com a intenção de educar. Nas cerimônias da umbanda é conhecida como vovó. As pessoas consideras filhas de Nanã são geralmente calmas, sérias e introvertidas. Seguras e equilibradas em tudo o que fazem, gostam de ajudar as pessoas, agindo com gentileza e muita dignidade. Quando precisam desenvolver algum trabalho, mesmo que exija rapidez, sabem usar da paciência como se tivessem todo o tempo do mundo para sua execução.

Dia da Semana: Terça-feira

Saudação: Salubá Nanã!

Cores: Azul escuro, branco ou lilás.

Símbolo: Ibiri

Alimento Principal: Repolho roxo cozido e pipoca

Ciganos são uma classe de espíritos que incorporam nos terreiros de umbanda.

Entidades ciganas.
História pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.

Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.

Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.

Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.

Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.

Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.

Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é "Santa Sara Cali". Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espitiruais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais.

Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exú.

Ossãin, deus das folhas, das ervas!!!

OSSÃIN/ OSSAIM/ OSSÃNIN
Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força.
Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas.
Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os seres humanos.
A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.
Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande (ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas possui um só tronco.
De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.
Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam do panteão Jeje assimilado pelos Nagôs, como Nana, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.
Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.
Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.

Características dos filhos de Ossaim

Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais nas suas decisões.
São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. Participam em poucas actividades sociais, preferindo o isolamento. Elas evitam falar sobre a sua vida, sobre o seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva.
Pressa e ansiedade não fazem parte das suas características, pois são pessoas dadas aos detalhes e caprichosas no cumprimento das suas tarefas. Possuem gosto por actividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.

Dados
DIA: Quinta-feira.
CORES: Verde e Branco.
SÍMBOLOS: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada).
ELEMENTOS: Floresta e Plantas selvagens (Terra).
DOMÍNIOS: Medicina e Liturgia através das folhas.
SAUDAÇÃO: Ewé ó!


Joãozinho da Goméia

Nasceu em 27 de março de 1914 em Inhambupe, Bahia. Sua família era católica e chegou a ser coroinha da paróquia de sua cidade. Mas o menino parecia realmente já vir predestinado a vivenciar o mundo das tradições religiosas afro-brasileiras, mesmo antes de se iniciar em uma casa de culto.
Na pequena cidade onde nasceu, distante 153 km da capital, aos 10 anos já demons-trava sua forte personalidade, como bom filho de lansã. Aos 17, deixou a família e rumou para Salvador, onde fez de tudo para sobreviver. No armazém onde trabalhou, conheceu uma senhora que muito lhe ajudou e que considerava como sua madrinha. Foi ela quem o levou ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, que recebia a entidade conhecida como Caboclo Jubiabá.

MESMO CONSCIENTE DA GENEALOGIA E HIERARQUIA DOS DEMAIS TERREIROS, CONSEGUIU IMPOR SUA AUTORIDADE E SE LEGITIMOU AO LONGO DOS ANOS

Uma das muitas histórias que se conta sobre sua iniciação é o fato de Joãozinho sofrer de fortes dores de cabeça sem explicação ou cura por meio da medicina. Assim que se realizou sua feitura, as dores de cabeça cessaram; teriam sido apenas um aviso de que o menino já vinha com o destino traçado pelos Orixás, que cobravam sua iniciação.

Em torno da figura de Joãozinho da Goméia sempre houve muita polêmica; para muitos, que buscavam formas de criticá-lo, sequer teria sido "feito". Mas há filhas-de-santo de Pai Joãozinho que contam todo o seu processo de iniciação. Uma delas, aos 92 anos declarou ao jornal Correio da Bahia que tinha dúvidas de que, se ele fosse vivo, alguém tivesse coragem de contradizê-Io.
1971 MORRE O GRANDE BABALORIXÁ
JOÃOZINHO DA GOMÉIA
O dia em que o Candomblé chorou!

19 de março de 1971 - o dia da semana era sexta-feira, fatídico para alguns, benéfico para outros. O local, Rua General Rondon, 360, bairro Copacabana, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Já passava das nove horas e o relógio em breve faria soar as dez badaladas. De repente, um silêncio se faz sentir; as poucas pessoas que ali se encontravam se entreolham assustadas. Parecem hipnotizadas, presas ao chão. Na face de cada uma, a palidez, o medo.

No enorme galpão, uma imagem de lansã se desprende da parede atrás de uma imponente cadeira. Cai ao chão e a deusa se desfaz em dezenas de pedaços. Um vento frio sopra e redemoinhos se formam levantando poeira; o céu se cobre de nuvens pretas como se vestisse luto, onde antes brilhava o solou se via o azul.
O vento uivante aumenta de intensidade e as pessoas começam a se mexer. Muitos diriam, depois, que os gemidos do vento mais pareciam lamentos de Omolu, o guardião dos cemitérios.
Assustados e talvez adivinhando as razões de tão estranhas manifestações da Mãe Natureza, alguns correm ao pátio: o pé de jurema, a árvore sagrada, começa a murchar, a canjica azeda minutos depois de colocada aos pés do Orixá. Nesse instante todos tiveram conhecimento do que estava ocorrendo e lágrima silenciosas começaram a descer nas faces negras e a molhar as vestes brancas. Os atabaques gemeram e choraram e, no gemido de seu couro, transmitiram ao Céu e à Terra os lamentos de uma dor que se espalharia por todo o Brasil.



Tudo isso se passou na roça de joãozinho da Goméia. No mesmo instante, a 400 quilômetros de distância, o Rei do Candomblé, maior propagador dos ritos afro-brasileiros, mais antigo e respeitado sacerdote do Brasil, deixava o mundo dos vivos, desencarnara e partira para o Reino de Oxalá - o Pai Supremo.

São Paulo, Hospital das Clínicas, 9 horas e 50 minutos, sexta-feira. Num leito branco, um homem moreno, forte, grandalhão e de finos traços trava uma batalha com a morte. Seu rosto é tranqüilo, aparentando uma enorme paz interior. Nas têmporas, os cabelos ralos já agasalham a neve dos anos que sobre eles passaram: retratam as dores, os sacrifícios, as lutas e os sofrimentos.
Ao seu lado os médicos se empenham para impedir os desígnios da morte, que quer levar mais um tributo e eles não concordam. O combate é desigual: de um lado, os fracos conhecimentos e as desvalidas forças do ser humano; do outro, os misteriosos poderes extraterrenos.

A luta é árdua; há muitas horas o combate se trava num vaivém irritante. Em momentos, parece que os médicos conseguirão enganar a morte; em outros, a vitória pende para esta. De um lado, os médicos de branco, cor tão querida e amada por aquele homem que ali se encontra sem poder participar da batalha. Ele, que durante toda a vida foi um valente que nunca fugiu à luta, não sabe que do outro lado o espectro da morte tenta arrebatar-lhe a vida, a alma. Seu espírito, este sim está vendo tudo, sabe até o destino que lhe é reservado, só que não pode intervir. Ele, o espírito, o motivo da batalha, dela não pode participar. Altos desígnios, mais fortes do que ele, presidem todos os detalhes do combate. Como humilde servidor desses desígnios, só lhe cabe apreciar os lances. Mesmo sabendo que no final o prêmio do vencedor será ele próprio.
A batalha chega ao fim - João Alves Torres Filho, o doente que os médicos não conseguiram salvar - talvez porque Oxalá houvesse decidido em contrário¬entrega sua alma ao Mestre Supremo.

Joãozinho da Goméia morreu aos 57 anos, 40 dos quais dedicados ao Candomblé. Desencarnou no dia de São José, oito dias antes de completar 57 anos. Por estranha coincidência, no dia de sua morte sua roça em Duque de Caixas iria promover o Lorogun - uma das grandes cerimônias do Candomblé que significa o fechamento do terreiro para o período da Quaresma.

Em dezembro ele pretendia promover uma grande festa para lansã, sua protetora. Oxalá, porém, decidiu que sua missão na Terra estava terminada.

Quando seus filhos-de-santo receberam a notícia de sua morte, o pranto e a dor tomaram conta de todos. Uma histeria coletiva jamais vista fora de um terreiro levou quase à loucura milhares de pessoas que se aglomeravam em frente ao hospital. Mulheres choravam, entravam em transe, desmaiavam; os homens murmuravam preces por sua alma e gritavam: - Pai, me leva com você!

Ao se confirmar a triste verdade, os atabaques começaram a marcar em toques fúnebres, anunciando a dor da perda irreparáveI. Todos ficaram inconsoláveis, mas mesmo assim lembraram de render tributo a Oxalá, pedindo que recebesse o filho amado de braços abertos. Para eles, o grande sacerdote apenas desencarnara, ganhando uma estrada de estrelas para chegar ao Reino de Oxalá.

Há muito joãozinho da Goméia se encontrava doente, e nos últimos meses queixava-se de fortes dores de cabeça. Os médicos encontraram a causa das terríveis dores do Rei do Candomblé: Na parte frontal da cabeça, em local de difícil exploração, formara-se um tumor, e sua localização tornava perigosa qualquer intervenção cirúrgica. Após comunicarlhe os perigos que correria, indagaram se deviam ou não operá-Io. Joãozinho não pensou nem um segundo para responder: - Podem operar, seja feita a vontade de Deus.

Às 8 horas e 15 minutos de sábado o corpo foi liberado para o transporte ao Rio de janeiro. No carro funerário foi o corpo, atrás caravanas de I 5 federações de São Paulo e dezenas de carros de fiéis. O motorista diria depois: - Em 19 anos de profissão, nunca vi tanta gente acompanhar um corpo.


"Se eu morrer, quero que todos os meus filhos-de-santo continuem fazendo caridade. E que se esforcem para que o Candomblé do Brasil seja, cada vez mais, encarado com seriedade e respeitado por todo o mundo"

Site: Oriaxe.com.br